(Hugo Rodrigues)
Amor não é só andar de mãos dadas, mas andar no colo também. Amor é um conjunto de beijos calorosos e mordidas provocantes. Amor é abraços apertados e beliscões irritadiços. É brincar de guerra de travesseiro, empurrar dentro do mar e implicar com a barriga alheia.
Amor é morrer de rir ironicamente só para irritar o outro.
Amor reúne palavras doces e xingamentos sarcásticos.
Amor é namorado, melhor amigo, pai e avô. Amor é irmão mais novo chato e irmão mais velho ciumento.
Amor é ter uma cama de casal enorme e acordar espremido no sofá enquanto via um filme qualquer na TV. Amor é ler o jornal e separar o Segundo Caderno para ela e a parte dos esportes para ele. Amor é descobrir que não existe o tempo. Uma hora juntos equivale a um segundo. Um segundo longe é como sete dias sombrios e arrastados.
Amor não é tempo. Pelo contrário, amor é nem ver o tempo passar.
Amor é ver que a ligação deu caixa-postal e se preocupar como uma mãe solteira. Pode ter sido assaltada, sequestrada ou sei lá o quê. Mas o principal, amor é ter confiança para saber que celular desligado e traição não possuem nada em comum. Aliás, no dicionário do amor, traição só aparece na parte “não-amor”.
Amor é jogar video-game, enquanto o outro estuda. Ou estudar juntos. Ou jogar juntos. Amor é encaixe como legos perfeitos. Amor é tomar banho juntos porque acordaram atrasados. Ou simplesmente pelo prazer de lavar as costas um do outro. Amor é reclamar da barba que irrita o queixo e dos fios de cabelo que sobrevoam o rosto durante a noite enquanto tentavam dormir de conchinha.
Quando o “com quem” é mais importante que o “aonde”, é amor.
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